Refrigerantes, amplamente associados a problemas como obesidade e diabetes tipo 2, agora são colocados sob suspeita em relação à saúde mental. Um estudo realizado na Alemanha investiga a influência dessas bebidas adoçadas no desenvolvimento de quadros depressivos, analisando sua relação com o microbioma intestinal.
A pesquisa aponta que o consumo regular de refrigerantes eleva os níveis de uma bactéria intestinal chamada Eggerthella, encontrada em grande quantidade em indivíduos que apresentam sintomas de depressão. Essa alteração no equilíbrio do microbioma intestinal está associada a processos inflamatórios que podem afetar o humor.
Um dado intrigante revelado pelo estudo é a maior vulnerabilidade das mulheres aos efeitos negativos dos refrigerantes. Os pesquisadores observaram uma conexão mais forte entre o consumo dessas bebidas e a depressão em mulheres em comparação com os homens. Fatores hormonais sexuais podem ter um papel crucial nesse cenário. A maioria dos participantes do estudo eram mulheres, representando dois terços do total.
Testes em modelos animais demonstraram que a bactéria Eggerthella diminui a produção de butirato, um aminoácido anti-inflamatório essencial para a saúde intestinal e, consequentemente, para a estabilidade do humor. Em humanos, o impacto dos refrigerantes se manifesta por meio de alterações no sistema digestivo e na saúde mental.
Diante desses achados, muitos buscam alternativas aos refrigerantes. A água se apresenta como a opção mais saudável, mantendo o corpo hidratado ao longo do dia. No entanto, o consumo de refrigerantes probióticos deve ser encarado com cautela, devido à presença de adoçantes artificiais, que também podem desequilibrar o microbioma intestinal. Uma alternativa interessante são as águas aromatizadas naturalmente com frutas e ervas, sem adição de açúcares ou adoçantes artificiais, que podem ser uma opção refrescante e saudável.
Para reduzir o consumo de refrigerantes, especialistas recomendam substituí-los por água ou chás sem açúcar, incluir bebidas enriquecidas com probióticos, desde que possuam baixo teor de açúcares, e avaliar atentamente os rótulos para evitar açúcares ocultos e adoçantes artificiais.
O estudo reforça a importância de se atentar aos seguintes pontos: o açúcar presente nos refrigerantes está ligado a alterações no microbioma intestinal e ao surgimento de sintomas depressivos; mulheres são potencialmente mais afetadas, possivelmente devido a fatores hormonais; reduzir o consumo de refrigerantes pode trazer benefícios tanto para a saúde física quanto mental; e incluir alimentos ricos em fibras na dieta pode ajudar a equilibrar o microbioma afetado pelo consumo excessivo de açúcares.
Fonte: www.correiobraziliense.com.br