As taxas dos contratos de Depósitos Interfinanceiros (DIs) apresentaram um recuo nesta quarta-feira, em comparação com os ajustes do dia anterior. A performance foi influenciada pela cautela do mercado em relação à política fiscal do governo.
O governo busca aprovação no Congresso para a medida provisória que versa sobre a taxação de aplicações financeiras, gerando expectativa entre os investidores.
Em um dia sem divulgação de indicadores econômicos relevantes, a taxa do DI para janeiro de 2028 situava-se em 13,485% no final da tarde, registrando uma diminuição de 5 pontos-base em relação ao ajuste de 13,535% da sessão anterior. A taxa para janeiro de 2029 indicava 13,425%, em comparação com o ajuste de 13,463%.
Nos vencimentos mais longos, o contrato para janeiro de 2035 apresentava uma taxa de 13,735%, com uma baixa de 6 pontos-base em relação a 13,798%.
Na terça-feira, as taxas futuras tiveram aumentos significativos, ultrapassando os 10 pontos-base nos vencimentos mais longos. A reação do mercado ocorreu após a notícia de que o governo estuda uma proposta para zerar as tarifas de ônibus em todo o país.
As especulações sobre a possível proposta do governo para o transporte público já haviam impulsionado os prêmios na semana anterior.
A aprovação da MP é crucial para o governo, que depende da nova taxação de aplicações financeiras para equilibrar as contas. Durante a tarde, o governo e seus aliados no Congresso se esforçaram para garantir a votação da MP, que precisa ser aprovada na Câmara e no Senado para não perder a validade.
A curva de juros de curto prazo demonstra estabilidade, com leves quedas, enquanto a curva de longo prazo não apresenta a mesma magnitude de declínio. A incerteza sobre a condução da política fiscal pelo governo tem um impacto significativo na formação de preços.
A curva brasileira sinaliza uma probabilidade de 100% de que a Selic será mantida em 15% ao ano na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, no início de novembro.
Os preços começam a refletir a percepção de que o Banco Central terá margem para reduzir a Selic apenas mais adiante.